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Comecei minha formação acadêmica como em Psicologia na Iowa State University, em janeiro de 1989. Eu completei minha graduação (BS) em dois anos e meio. Durante esse período, foi constituída a base do meu futuro como psicometrista. Meu primeiro mentor foi Frederick Brown, autor de vários livros sobre medição e psicometria. Ele se tornou uma fonte inestimável para mim, com respostas que não estão nos livros textos, e me ensinou a pensar em como fazer perguntas. A segunda Influência veio quando eu tive aulas de Psicopatologias (Abnormal Psychology) com Fred Borgen, discípulo de David Campbell. Na sua tese de doutorado, Fred desenvolveu a análise fatorial que resultou nas escalas de interesses que foram chamadas de Inventário de Interesses de Strong-Campbell.
Meu relacionamento com Fred Borgen cresceu, e eu comecei a participar de seus projetos de pesquisa. No semestre seguinte, eu fiz o meu primeiro curso de psicometria (com o professor Leroy Wolins, seguindo o livro texto de Frederick Brown). O Dr. Wolins estava trabalhando no Kuder Career Assessment, e era um líder em análise de medição e psicometria. Carinhosamente, ele me chamava de "menino" na sala de aula, embora eu já tivesse um neto àquela altura, um deleite para mim que meus colegas mais jovens não podiam compreender. O Dr. Wolins me ensinou a questionar tudo, e a não assumir premissas em medição e psicometria. Estas palavras foram bem acolhidas por um pensador crítico e rebelde como eu. Ele me ensinou a avaliar continua e criticamente cada item de teste.
Comecei a desenhar e executar projetos de pesquisa, esperando coletar dados que eu pudesse usar para minha futura Tese de Mestrado. Vorazmente, pesquisei questionários e, para completar minha pesquisa, desenvolvi meus próprios itens de teste para tudo o que eu não pude encontrar referências. Eu estava aplicando cerca de 800 perguntas para os participantes (vítimas) da minha pesquisa, e Fred Borgen me acusou de tentar desenvolver a “teoria de tudo”. Ele não sabia, mas eu realmente estava. Tinha-se tornado óbvio para mim que as perguntas poderiam ter um significado especial para cada pessoa, e eu teria que ter cuidado acerca todas as minhas premissas para medição e psicometria, e sua relação com as pessoas.
Eu fui convidado para o programa de doutorado da Iowa State University. Naquela época, eu conduzi três projetos de pesquisa, sendo remunerado como assistente de pesquisa e consultor do departamento de informática. Entrei no programa de doutorado em Aconselhamento em 1991, e continuei a coletar dados e pesquisar fundamentos teóricos sobre comportamento humano, personalidade e psicoterapia. Eu pude conhecer a maioria dos instrumentos de avaliação de personalidade, inclusive o Formulário G do MBTI®.
A Universidade de Iowa não tinha um programa clínico, e eu queria desesperadamente saber como ajudar as pessoas a resolver problemas graves que podem ocorrer na vida. Saí de Iowa em 1992, e me matriculei como aluno ouvinte nos cursos clínicos de pós-graduação da Universidade de Nebraska-Lincoln. Embora os cursos de estatística na Univ. Iowa fossem excelentes, os cursos de psicometria em Nebraska pareciam mais profundos e me agradaram mais.
Na primavera de 1993, comecei a trabalhar com Fred Borgen em uma equipe para revisão do Inventário de Interesses Strong, e fiquei indo e vindo entre Iowa e Nebraska. Naquele período, eu terminei minha dissertação de mestrado, transferi meus créditos de volta para a Univ. Iowa e obtive meu grau de mestre (MSc) em Aconselhamento Psicológico. Por causa das minhas habilidades em computação e psicometria, fui contratado pela CPP como consultor para fazer a análise estatística da revisão do Strong em 1994. Durante um ano, escrevi 13.000 linhas de código do programa usado na versão 1994 do Inventário de Interesses Strong®. Durante esse tempo, eu li praticamente todos os manuais do SAS, software usado para análise estatística. Aprofundei minha compreensão de análise estatística e do software, mas comecei a questionar muitas das premissas do trabalho que eu estava fazendo no Strong.
Candidatei-me e foi admitido no programa de doutorado em Aconselhamento Psicológico no segundo semestre de 1994. Comecei a fazer todos os cursos de psicometria que me permitiram. Mais uma vez, estive conduzindo dois ou três projetos de pesquisa de cada vez, fazendo a análise de muitos instrumentos e muitos projetos, mas com uma sensação incômoda e consistente de que nem tudo estava bem no “reino” da medição.
Em 1996, fui convidado por Allen Hammer para fazer a análise de dados para a revisão do Formulário M do MBTI® (Myers-Briggs Type Indicator®). Foi durante esse tempo que eu reconheci a necessidade de atentar para o fato de que as diferenças individuais violam as premissas da teoria clássica de medição. Quando foi concluído o projeto do formulário M, comecei a trabalhar na minha dissertação de doutorado. Eu sabia que eu tinha que criar um projeto para provar que eram falsas as premissas em voga nos instrumentos clássicos de avaliação. Especificamente, parecia haver uma crença de que se alguém simplesmente coletasse uma amostra bem grande, executasse uma análise fatorial para formar as escalas, e obtivesse um bom alfa para os itens da sua escala, obteria uma boa medição. Isso não é verdade. Eu percebi que a personalidade, os interesses, o gênero e outros fatores importantes podem trazer um grande impacto, mesmo quando se usa uma grande amostra. Eu queria saber o que acontece quando as medições não funcionam para pequenos grupos homogêneos (pessoas com importantes características similares). Poderia haver novos passos para compensar os erros de medição e incluir os chamados “pontos fora da curva"? Há uma lista enorme de palavras descritivas que são usadas em psicometria que não se encaixam no modelo clássico. Eu sabia que o modelo clássico precisava ser alterado, e que xingar as coisas que não se encaixam no seu projeto não iria levar a lugar algum.
Eu terminei o meu trabalho em Nebraska e defendi minha tese na primavera de 1998. Depois fui para um estágio na Universidade de Maryland, onde eu fiz e publiquei pesquisas com William Sedlacek. Foi lá que eu usei meu novo método em pesquisas com as turmas de calouros, na tentativa de encontrar uma nova estrutura.
Durante o estágio, fui convidado para atuar como pesquisador em tempo parcial no CPP. E me foi atribuída a linha de produtos Myers-Briggs. Uma das primeiras coisas que fiz foi realizar uma análise fatorial confirmatória sobre os dados da revisão do Formulário M em 1997. Isso me levou a um relacionamento com alguns estatísticos do centro de pesquisas Scientific Software International (SSI), que me ensinaram algumas das nuances e falácias de modelagem de equações estruturais. Antes de terminar meu estágio, também passei uma semana em Montreal, Canadá aprendendo a teoria avançada de resposta aos itens (Item Response Theory - IRT), e como usar alguns dos novos software que estavam disponíveis. Mais tarde, isto viria a ser muito útil para o desenvolvimento do Formulário Q do MBTI®
Eu completei meu doutorado e obtive meu grau Ph.D. em maio de 1999. Em junho, eu me mudei para Minnesota para ser um pesquisador em tempo integral da equipe de pesquisa do CPP. Eu fiquei responsável pelo projeto de desenvolvimento do Formulário Q. Embora o IRT fosse uma melhoria em relação à medição clássica, ainda era propenso às mesmas falácias psicométricas, principalmente a hipótese de que se um instrumento psicométrico parece bom no papel, ele funciona bem para todos.
Na primavera de 2000, aceitei o cargo de diretor de pesquisa do CAPT. Eu terminei o projeto do Formulário Q como consultor contrato para CPP, e assumi meu novo papel no CAPT (Center for the Application of Personality Type), o que me permitiu voltar para a Flórida onde passara minha infância, e me deu a oportunidade de me envolver mais com os tipos psicológicos. Em janeiro de 2001, fui convidado para liderar o projeto de pesquisa do MBTI® Step III, para o CPP e o CAPT.
No verão de 2001, Step II foi lançado na Conferência da APT (Association for Psychological Type) em Minnesota e, pouco depois, tivemos a primeira grande reunião de pesquisadores do Step III. Eu apresentei o que eu tinha encontrado e descoberto. Eu estava com um grande sentimento de frustração com porque ninguém estava me ouvindo sobre as questões psicométricas do Step II e do Step III. Naquela hora, eu tomei a decisão de criar os meus próprios instrumentos e tentar superar os erros de medição e falácias psicométricas que eu tinha percebi do ao longo da última década.
Quando escrevi os itens e coletei dados para o MajorsPTI™ (Majors Personality Type Indicator™), reconheci três coisas: o método de escolha forçada não era eficaz; uma resposta gradual permitiria que a pessoa atribuísse um peso diretamente à sua escolha, e a pessoa era a única pessoa que poderia determinar se um item era bom. Esse método de conectar o item da medição com a realidade da pessoa, eu chamei de "Precisão da Avaliação com Base na Realidade (Reality Based Assessment Accuracy). O uso de uma resposta neutra e ponderada, chamei de "Ponderação com Intensidade Diferencial” (Differential Intensity Weighting).
Quando a versão eletrônica do MajorsPTI™ foi lançada em 2003, eu finalmente fui capaz de incorporar as informações que aprendi acerca das falácias de medição, e pude apresentar um módulo de teste adaptativo denominado módulo de precisão que melhorou a capacidade do PTI avaliar o tipo do respondente com 92% de precisão. Este módulo introduz itens para a população que não se encaixa na norma. Eles só funcionam para o pequeno grupo que são os “pontos fora da curva”, os mais difíceis.
Em 2005, comecei a coleta de dados para um instrumento avançado de avaliação de tipos, que mais tarde tornou-se o Majors PT-Elements™. Depois de ter passado muitos anos lendo o texto original dos "Tipos Psicológicos" (1923), eu sabia que apenas metade da descoberta de Jung estava sendo usada. Não havia nenhum instrumento avaliando as 8 funções mentais junguianas, e nenhum instrumento fornecia informações sobre os bloqueios para a expressão natural do tipo psicológico de uma pessoa.
Em 2008, o Major PT-Elements™ foi lançado, contendo o Método Majors de Mensuração dos 8 Processos Mentais Junguianos, que apresenta o nível de acesso e utilização que o indivíduo tem em cada uma das 8 funções mentais. Esta informação dinâmica expressa como a experiência tem influenciado o tipo de personalidade inata. A pontuação da Formação da Personalidade foi outra inovação apresentada no Majors PT-Elements™. Estes resultados indicam bloqueios, tanto internos como externos, para a expressão natural do tipo. O instrumento é muito complexo e demandou muitas horas de análise estatística avançada em grandes conjuntos de dados para ser concluído. O uso de todos os recursos do Majors PT-Elements™ requer um treinamento avançado e compreensão do texto original de Jung. Sua psicometria avançada pode apresentar uma imagem mais clara e mais completa do indivíduo.
Desde o início de meu trabalho eu tenho sido continuamente capaz de inovar, reduzir enganos e evitar as armadilhas da medição clássica. Eu quebrei as regras do modo clássico para fazer um trabalho melhor; fornecer informações precisas para pessoas que querem aprender mais sobre si mesmas e crescer. Eu estou sempre me rebelando contra o meu pensamento de ontem, nunca estou satisfeito, sabendo que sempre pode ser melhor. Eu abracei essa direção e estou curtindo o processo. Há coisas novas no horizonte? Sim, novas ideias e inovações que espero concluir nos próximos anos. |
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